Hipnose sempre me remetia à imagens de charlatões, mágicos ilusionistas, programas de auditório com pessoas mordendo cebolas acreditando serem maçãs. Ou então vinha a ideia de um processo onde perco total controle sobre minha consciência e ficaria a mercê do hipnotizador. Ou seja: nada muito agradável.
Quando o Conselho Federal de Psicologia aprovou o uso da hipnose por psicólogos na Resolução 13/2000, estranhei. Mas como eu estranho muitas ações dos nossos conselhos, confesso não ter buscado muitas informações a respeito.
Até me deparar com o livro: Cognitive Hypnotherapy (Thomas Dowd). A obra versa sobre o uso de técnicas da Hipnose na Terapia Cognitiva. Como nunca havia visto algo parecido, comecei a ler.
Impressionei-me ao ler o prefácio escrito pelo próprio Aaron Beck (fundador da Terapia Cognitiva, nosso “mestre jedi mor”), parabenizando o autor por abrir um novo campo na Terapia Cognitiva, com resultados tão positivos nas suas pesquisas científicas.
Opa! Pesquisa científica? Resultados?
E é isso que o livro traz: uma perspectiva atualizada do uso da Hipnose como uma técnica (entre tantas outras) que o terapeuta cognitivo poderá utilizar como forma de reestruturar esquemas (nossas crenças mais arraigadas, trazidas e reforçadas desde a mais tenra infância).
Dowd desconstrói, logo de início, os principais mitos e falácias acerca da hipnose. E ressalta: a palavra chave desse processo é a expectativa do paciente. “Toda hipnose é auto-hipnose“, o que desmistifica a idéia de não termos controle algum sobre nosso corpo/mente.
A hipnose é descrita como um profundo estado de relaxamento e concentração (algo parecido com a meditação – nota minha), e nesse estado é possível usar algumas estratégias (como a visualização e imaginação) para trabalharmos com novos conceitos e crenças. Como nossos esquemas são não-verbais (o que a Psicologia Cognitiva chamaria de memória implícita), o uso de imagens (linguagem igualmente não verbal) em estados de relaxamento profundo vem demonstrado alta eficácia na reestruturação das nossas ideias mais centrais a nosso respeito.
Agora, atenção! Como o próprio autor salienta, a hipnose em si não é um processo terapêutico, e sim uma técnica. E, como qualquer técnica, deve estar integrada a um planejamento detalhado e coerente com a conceituação cognitiva do paciente. Não esperem resultados milagrosos, como parar de fumar ou emagrecer depois de uma ou outra sessão de hipnose. É um auxílio na mudança de crenças centrais, não uma varinha mágica de solução fantástica dos problemas que criamos para nós.
Quer saber mais? O próprio Dowd estará ministrando um workshop esse final de semana. Informações e inscrições, aqui!
E o que eu mais aprendi no meu processo de leitura: cuidado com seus preconceitos! Eles limitam a aquisição de conhecimento!
Só pra constar… existem algumas diferenças entre meditação e hipnose. Notadamente quanto às frequências cerebrais.
Candidato-me a cobaia!
Opa! Vou precisar!
Olá Nina!
Não dá para não elogiar os temas que você tem nos brindado.
Creio que hipnose realmente tem uma ligação muito próxima de nossa abordagem.
Parabéns!
Parabens, Nina!
Tudo de bom no seu maravilhoso blog!
Sucesso!
Thais Maia
Olá Nina!
Acabo de passar pelo workshop ministrado por Dowd e acabo de aprender mais uma técnica fantástica da Terapia Cognitiva. Vejo que através da elaboração cuidadosa de uma Rotina Hipnótica, temos mais uma ferramenta para ajudar os pacientes/ clientes, na flexibilização dos pensamentos e crenças, bem como, na reestruturação cognitiva.
Adoreiiiii….
Abraços